Portugal - Desporto adaptado… mais alto e mais longe com o Politécnico de Leiria

Quando, há 32 anos, Carlos Lopes, um dos atletas paralímpicos portugueses mais medalhados de sempre, começou a treinar regulamente, os seus professores tinham apenas uma licenciatura em Educação Física, além de “bom senso, muita sensibilidade e uma enorme força de vontade”.

 Também, então, eram “poucos” os docentes que entendiam que um aluno com deficiência visual ou outra “podia e devia” realizar as aulas de Educação Física e que “procuravam encontrar estratégias para minimizar” essas dificuldades.

Hoje, essa realidade alterou-se “substancialmente” em resposta, por um lado, a uma “crescente exigência da preparação física dos atletas” e, por outro, à importância que o desporto para todos e a escola inclusiva ganhou nos últimos anos.

 “Agora, exige-se a quem intervém nesta área uma formação de qualidade, uma formação especializada, que enfatize conceitos teóricos, mas que os relacione também com a prática”, defende Carlos Lopes, numa declaração publicada na pagina de facebook da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Politécnico de Leiria.

 O testemunho do ex-atleta vêm a propósito da pós-graduação em Desporto e Actividade Física Adaptados que a instituição acaba de lançar e que começará em Fevereiro do próximo ano.



Coordenador do curso, Raul Antunes explica que a formação procura “dar resposta a uma dupla necessidade”. Por um lado, são cada vez mais os alunos - actuais e antigos -, que revelam interesse por esta área, “também fruto de várias iniciativas promovidas pela escola”, como seja a Mostra do Desporto Adaptado ou o Dia Paralímpico, que este ano não se realizou devido à pandemia.

 Por outro, sublinha o docente, há “uma preocupação crescente das entidades que regulam e trabalham com o desporto adaptado em dar mais e melhores condições à prática do desporto e da actividade física para todos”. Esta preocupação tem também reflexos ao nível do ensino.

 “Temos hoje escolas mais inclusivas, que procuram que todos tenham as mesmas oportunidades.

 A Educação Física é um veículo determinante para alcançar esse objectivo”, reforça Raul Antunes.

 O aumento de competências dos professores dessa disciplina, com vista a uma intervenção “mais adequada e eficaz no desenvolvimento da prática desportiva dos alunos com deficiência”, é um dos objectivos da nova pós-graduação da ESECS.

 O curso propõe-se ainda a formar profissionais especializados na área do desporto e da actividade física adaptados, “com competências técnicas para desempenhar funções de treinadores desportivos em modalidades adaptadas” e de técnicos de exercício físico adaptado.

 A formação pretende também promover a “aquisição de conhecimentos relativos à intervenção em populações com deficiência”, nomeadamente ao nível das consequências da prática desportiva e do potencial social dessa actividade. Raul Antunes frisa que a pós-graduação conta com o apoio institucional do Comité Paralímpico de Portugal e da Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência.

 De acordo com Plano de Actividades e Orçamento para 2020 daquela federação, no ano passado, havia em Portugal 1.368 atletas federados a fazer desporto adaptado, em representação de 155 clubes. 

Aquela organização tinha também registados 154 técnicos/treinadores e 37 árbitros e juízes.


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