Guiné-Bissau - Covid-19: Desrespeito do confinamento provoca aumento de infeções na Guiné-Bissau

As autoridades da Guiné-Bissau afirmaram hoje que o desrespeito das medidas de confinamento social por parte de alguns doentes infetados com covid-19 originou o alastramento do novo coronavírus.

 A Guiné-Bissau registou até hoje 38 infetados, dos quais 58% são homens e 42% mulheres. Três casos já foram dados como recuperados.



Em declarações aos jornalistas, António Deuna, ministro da Saúde do Governo de Nuno Nabian, nomeado primeiro-ministro pelo autoproclamado Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, afirmou que algumas pessoas infetadas pela covid-19 recusaram acatar a ordem de ficarem nas suas residências e não se misturarem com outras pessoas da família ou do bairro. "Essas pessoas saíram das suas casas, tiveram contactos com outras pessoas e isso fez com que a doença alastrasse e hoje chegamos ao número de 38 doentes", observou.

 António Deuna assinalou que o protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS) manda que os doentes que não apresentem um quadro grave continuem nas suas residências, desde que utilizem máscaras de proteção e não se misturem com os não infetados.


As pessoas infetadas na Guiné-Bissau estão todas a receber assistência médica e a recuperar em casa. Mas, adiantou António Deuna, se for preciso, existem 40 camas no hospital Simão Mendes, em Bissau, 20 no hospital de Cumura e 15 no hospital pediátrico de Bôr, estas duas unidades pertencentes à igreja católica. E se for ainda necessário, o Governo do primeiro-ministro Nuno Nabian admite a possibilidade de requisitar hotéis em Bissau para internamento de doentes de covid-19, referiu António Deuna, sublinhando ser prática comum em outros países.

 O ministro assinalou ainda que atualmente o país conta com cinco ventiladores, todos no hospital militar, na capital, construído pela cooperação chinesa, mas que existem indicações de que o filantropo chinês Jack.

 Ma irá doar aqueles equipamentos aos países africanos, em breve. Sobre o estado de emergência, que deve terminar no sábado, António Deuna disse ser necessário ser prorrogado para conter a progressão da infeção no país. "Há suspeitas de alguns focos de infeção.

 Há risco de contaminação. Temos de continuar com as medidas de prevenção em curso", defendeu António Deuna.

 O Governo da Guiné-Bissau recomendou na quinta-feira ao general Umaro Sissoco Embaló para que renove o estado de emergência no país.


  No âmbito do combate ao novo coronavírus, as autoridades guineenses declararam o estado de emergência, bem como o encerramento das fronteiras aéreas, terrestres e marítimas na Guiné-Bissau, medidas que foram acompanhadas de uma série de outras restrições à semelhança do que está a acontecer em vários países do mundo.


Uma das restrições só permite que as pessoas circulem entre 07:00 e as 11:00 locais (menos uma hora que em Lisboa).

 O número de mortes provocadas pela covid-19 em África é de 630 num universo de mais de 12.219 casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia naquele continente. Segundo o boletim do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (CDC África), nas últimas 24 horas, o número de mortes registadas subiu de 572 para 630, enquanto as infeções subiram de 11.400 para 12.219.

 O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 94 mil.

 Dos casos de infeção, mais de 316 mil são considerados curados. Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.


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