Angola - Pessoas com deficiência auditiva querem escola

Pelo menos mil alunos com deficiência auditiva, que residem no município de Viana, província de Luanda, estão neste ano lectivo fora do sistema de ensino, devido à inexistência de uma escola de ensino especial. 

 Os encarregados de educação das crianças com deficiência, na sua maioria residentes nos bairros da Capalanga, Boa Fé, Luanda-Sul, Zangos 1, 2, 3 , 4 e na comuna do Calumbo, pedem a construção urgente de uma escola de ensino especial.



Para colmatar esta situa-ção, a direcção da escola primária 5004, ex-21 de Outubro, cedeu no ano passado uma sala para acolher turmas do ensino especial. 

A única sala de aula cedida ao ensino especial acolhe três turnos de diferentes classes, nomeadamente deficientes visuais, intelectuais e auditivos. 

O primeiro turno vai das 9h00 às 12h00, o segundo das 13h00 às 15h00 e o terceiro turno das 15h00 às 17h00.


“Além de ser antipedagógico, os alunos não têm tirado rendimento dos estudos”, disse ao Jornal de Angola Osvaldo Zito, um dos professores do ensino especial.

Osvaldo Zito, igualmente secretário-geral da Associação Nacional dos Surdos de Angola (ANSA), disse que esta situação já se arrasta há muitos anos. “Já tivemos reuniões com a Administração Municipal de Viana e outras entidades ligadas ao ensino especial para se inverter este quadro, mas a situação continua na mesma”.

 O secretário-geral da ANSA esclareceu que numa das reuniões a associação propôs à Administração Municipal de Viana a construção de pelo menos três salas de aula para o ensino especial, “visto que a escola primária 5004 possui espaço suficiente para este fim”, mas o assunto ficou esquecido até hoje.

 Os encarregados de educação dos alunos com deficiência auditiva que vivem na circunscrição estão disponíveis para contribuir com valores monetários para a construção de salas de aula, no espaço adjacente à escola, deu a conhecer a fonte do Jornal de Angola.

A Ac ção de deficientes 


  Viola


Osvaldo Zito disse que uma das preocupações da associação tem a ver com a questão da segurança dos seus associados.

“A única escola de en-sino especial está situada no Distrito Urbano do Rangel, e além da distância os alunos têm corrido vários riscos.”

 A título de exemplo, disse que no ano passado duas meninas com deficiência auditiva, que frequentam a escola do ensino especial no Rangel, foram violadas por um taxista que fazia a rota Congolenses-

Viana. A falta de sensibilidade por parte dos cobradores de autocarros e de comboios é outro problema que se regista no tocante à mobilidade das pessoas portadoras de deficiência, na medida em que, quando pretendem viajar, encontram barreiras, mesmo apresentando o passe que lhes garante passagem gratuita, “são recusados e expulsos” dos meios de transportes públicos.

Outra situação apontada pelo secretário-geral da ANSA está relacionada com os custos dos transportes públicos, pois existem alunos cujos encarregados de educação não estão em condições de suportar tais despesas, razão pela qual “se pretende a construção em Viana de uma escola de ensino especial”.


  Há províncias sem escolas especiais 


 Os últimos dados estatísticos, de 2015, disponibilizados pelo Instituto Nacional de Ensino Especial (INEE) sobre a rede escolar, indicam que actualmente existem em funcionamento 22 escolas especiais e 816 escolas comuns que oferecem a modalidade da educação especial.

Das 18 províncias (todas com a modalidade de ensino), apenas Cabinda, Malanje e Uíge não possuem escolas especiais.


Fonte da Not~icia – Veja Aqui

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