Angola - ANDA consegue fundos para financiar projectos

A Associação Nacional dos Deficientes de Angola (ANDA) tem disponível para apoio aos deficientes de guerra durante o quadriénio 2018-2021 cerca de 45 milhões de kwanzas, para a formação técnico-profissional, entrega de kits e abertura de micro-empresas, anunciou em Menongue, província do Cuando Cubango, o presidente da referida organização


Silva Lopes Etiambulo disse que este valor, proveniente do acordo assinado entre o Ministério da

 Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS) e a ANDA, vai abranger, numa primeira fase, ainda este ano, 2.490 deficientes de guerra. No próximo ano serão atendidos 5.000 e em 2020 seis mil pessoas portadoras de deficiência física.

 Sem avançar a cifra para o ano de 2021, realçou que para o êxito deste projecto está a ser feito um levantamento preciso nas 18 províncias do país, para se apurar o real número de pessoas portadores de deficiência física para que possam beneficiar de apoio do Executivo angolano.

A Associação Nacional dos Deficientes de Angola é uma instituição de utilidade pública, virada para velar pelas pessoas inadaptáveis que merecem especial atenção, acompanhamento eficaz nos domínios da formação académica e técnico-profissional, entrega de meios de trabalho e abertura de micro-empresas para o seu auto-sustento.

“A nível do país a situação dos deficientes ainda não é das melhores, porquanto continuamos a verificar a existência de muitas pessoas com deficiência no estado de analfabetismo, desemprego, falta de meios de assistência, locomoção e habitação, situação que tem inquietado todos os dias a ANDA”, disse.


Experiência piloto


O presidente da ANDA revelou que, de acordo com os dados estatísticos do último censo populacional, existem no país cerca de 658 mil deficientes ex-militares, dos quais 8.790 estão na província do Cuando Cubango. Silva Lopes Etiambulo in-formou que no Cuando Cu-bango, concretamente no bairro 11 de Novembro, que dista a 90 quilómetros da cidade de Menongue, residem organizadamente inúmeros deficientes ex-militares.

A ANDA efectuará, naquele bairro, o levantamento dos mesmos, com intuito de efectuar uma experiência piloto de como assisti-los, acompanhá-los, garantir assistência médica, medicamentosa e social, através do “Projecto vem comigo”, anunciou Silva Lopes Etiambulo.

“Viemos trabalhar no Cuando Cubango com intuito de efectuar um levantamento dos deficientes de guerra para que beneficiem dos projectos que a ANDA tem em carteira, visto que é uma das províncias do país mais assolada pela guerra”, disse o líder associativo, para quem é necessário saber que tipo de necessidades imperiosas afligem os deficientes de guerra, para que possa se dar resposta a estes problemas, através dos projectos que a sua associação está a implementar para o benefício desta franja da sociedade.

A nível do país, disse, a Associação Nacional dos Deficientes de Angola, controla 76.214 deficientes de guerra. Deste número, 23.215 recebem apoio através do “Projecto Vem Comigo”, que incide na sensibilização, consciencialização, formação profissional, reintegração dos mesmos no processo produtivo, através de cooperativas de produção agrícola, pesca, artes e ofícios.

Segundo Silva Lopes Etiambulo, o “Projecto vem comigo” tem estado a colmatar vários problemas que os deficientes ex-militares atravessam em todo o país, embora na província do Cuando Cubango ainda não se faça sentir na sua totalidade.

Deficientes nas Ruas 


ANDA registou até Dezembro do ano passado um total de 178 pessoas portadoras de deficiência, com realce para as mulheres, nas diversas ruas da cidade de Luanda a mendigarem.

 Os mesmos são provenientes das províncias do Bié, Benguela, Lunda-Sul, Huambo e Malanje.

A informação foi dada pelo presidente da ANDA, para quem as pessoas portadoras de deficiência que mendigam não abandonam as ruas porque chegam a facturar diariamente cerca de 10 mil kwanzas. “Os ex-militares portadores de deficiência acreditam que conseguiram um grande emprego nas ruas ou uma fonte de rendimento sustentável para as suas famílias”, disse o presidente da Associação Nacional dos Deficientes de Angola.



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