Moçambique - Cegos e amblíopes queixam-se de exclusão no centro de Moçambique

Denunciam dificuldades no acesso ao mercado de trabalho e dizem-se discriminados pelo Governo nos concursos públicos. 

 Os cegos e amblíopes estão abandonados à sua própria sorte. A denúncia é de Zacarias Quembo. 

O moçambicano com deficiência visual acusa o Executivo de discriminação nos concursos de trabalho.



"O Governo diz sempre que há inclusão, mas a inclusão só se fala no papel, na realidade nada se faz”, afirma Yacarias Quembo. 


E acrescenta: "Nós, deficientes, temos também a capacidade de fazer o trabalho que uma pessoa normal faz. Temos em manga um encontro com o governador para percebermos de perto o porquê da exclusão em vários setores."

  Zacarias Quembo acusa ainda o Governo moçambicano de não respeitar os direitos das pessoas com deficiência visual:



"Queríamos que o país criasse um Ministério da Pessoa com Deficiência, porque só assim podemos ser considerados como os outros.

 As escolas não possuem rampas, instituições não possuem elevadores, isto mostra que o Governo não está a dar-nos atenção".

  Sem emprego 


 Domingos Neves, delegado da Associação de Cegos e Amblíopes de Moçambique em Manica, diz que a inclusão ainda é um grande problema.


  A maior parte das pessoas com deficiência visual não tem emprego e, "na realidade, faz-se pouco” pelos invisuais, afirma.



"Queremos que se faça sentir essa inclusão. 

Temos alguns colegas com deficiência visual inseridos em setores, principalmente no Ministério da Educação, mas ainda é uma gota no oceano. 


Há muitas pessoas com deficiência visual formadas, mas não têm emprego”.

Por isso, Domingos Neves pede que o Governo "dê mais atenção a essas pessoas”. Eugénio Tomás, chefe do departamento de Acção Social na direcção provincial de Género, Criança e Acção Social em Manica, confirma as reclamações das pessoas com deficiência visual, sublinhando que "é natural que haja reclamações das pessoas que pedem benefícios, porque ainda não se pode dizer que tudo aquilo que está planeado está a correr às mil maravilhas”.

Ainda assim, Eugénio Tomás ressalva: "há muita coisa a ser feita pelo Governo”.


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