Igreja/Portugal: Integração de pessoas com deficiência é «construção e caminho a fazer»

Movimento 'Fé e Luz' e Serviço a Pessoas com Deficiência vão dinamizar encontros em Fátima Lisboa, 07 abr 2016 (Ecclesia) 
– O Movimento ‘Fé e Luz’, há 40 anos em Portugal, e o Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência, criado pela Conferência Episcopal Portuguesa em 2010, têm como objetivo a integração de pessoas com deficiência nas atividades da Igreja. 
 Neste âmbito, a Província Luzitana, do movimento ‘Fé e Luz’, promove a sua peregrinação nacional a Fátima, com o tema ‘Enraizados na fragilidade’, entre os dias 15 e 17 de abril; O Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência (SPPD) promove também um encontro no santuário mariano, a 17 deste mês. 


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  A diretora do SPPD, destacando que as pessoas com deficiência são “desafio profético à Igreja”, explica que a “sensibilidade” vai-se encontrando e “fazendo muito devagar” porque ainda que a Igreja seja sensível e acolha, “sem dúvida”, as pessoas com deficiência “há resistências que têm muito a ver com a imagem social da própria resistência”.  À Agência ECCLESIA, Isabel Vale revela que existe “uma imagem desqualificada” à qual as pessoas com deficiência “são conotadas”, por isso, “é muito difícil” mas “é uma questão de diálogo e abertura”.  Neste contexto, a responsável acrescenta que existem casos de rejeição e de afastamento nas comunidades que “nem dão por nada” mas “se não houver abertura e acolhimento” às próprias dificuldades que as pessoas deficiência têm, “elas não entram”. 


 A diretora do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência destaca também as acessibilidades e frisa que depois desta limitação tem de “haver entendimento, aproximação”, uma vez que é necessário “saber respeitar e ouvir as pessoas com deficiência nas suas próprias dificuldades”.

 Para Isabel Vale os bispos portugueses ao criarem este serviço reconheceram que a Igreja “precisa de dar passos muito significativos” no acolhimento e inclusão das pessoas com deficiência e “chamaram a si essa responsabilidade”.

 “Portanto, este serviço só se justifica pela compreensão que não é um dado à partida mas uma construção e caminho que todos temos de fazer”, acrescenta. Alice Cabral, que esteve na criação do SPPD, e coordena a comunidade de Évora do Movimento ‘Fé e Luz’ explica que trabalham sobretudo com as pessoas com deficiência intelectual que são pessoas com “dificuldades, às vezes acrescidas, de integração na sociedade, por vários aspetos”.

 O movimento com 40 anos de implementação na Igreja em Portugal “não tem crescido como seria espectável”, ao contrário de outros países onde cresce de forma “mais profunda”.

 Neste momento, ‘Fé e Luz’, com dez comunidades, está presente em Vila do Conde, na Diocese de Braga; “várias na Diocese do Porto”; no Patriarcado de Lisboa são duas - no Catujal e na Paróquia de São João e São Pedro do Estoril -, e uma na Diocese Évora, estando a “nascer outra em Bragança-Miranda”.

 “Por um lado existem muitas respostas que se foram criando para as pessoas com deficiência, os pais estão muito ocupados em ver como põem o filho igual aos outros, e as questões da espiritualidade, da integração eclesial eram questões muito secundárias”, refere Alice Cabral.

 Com anos de experiência a integrar o filho com deficiência na sua comunidade cristã, alerta que a Igreja ou tem uma “atitude muito ativa” de acolhimento porque “quer ir ao encontro das pessoas com deficiência” ou os pais “encolhem-se de certeza”.

 Já o Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência tem uma expansão feita a partir das dioceses que criam equipas e a primeira nasceu no nordeste de Portugal, na Diocese de Bragança-Miranda, depois foi a Igreja no Algarve e Lisboa.

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