Dia Nacional do Sistema Braille é lembrado por entidade que atende deficientes visuais


Para dar visibilidade à didática de ensino e ao projeto desenvolvido pelo Centro de Atendimento ao Deficiente Visual (CAP), no “Dia Nacional do Braille”, professores e alunos realizaram uma programação na manhã desta terça-feira (8), na Praça da Bandeira. A população pode acompanhar como é realizado o trabalho do CAP junto aos deficientes visuais, e que envolve atividades teóricas e práticas de maneira lúdica e dinâmica. “Tudo para passar da melhor forma os ensinamentos aos alunos”, segundo a diretora do CAP, Zenaide Picanço. “O centro possui uma função primordial de orientação para alunos com deficiência visual e também professores”, explica.


Cerca de 15 alunos são atendidos pelo centro, que atende crianças e adultos. “Nós trabalhamos com cerca de 15 alunos. Desses, sete são crianças de 0 a 3 anos. Mas a maioria é maior de idade. Adultos que perderam a visão depois de grande. Com eles, o processo de ensino é de reaprendizado. Eles vão reaprender com orientações de mobilidade, aprendendo o Braille, sempre para dar suporte”, como Zenaide. Muitos alunos, após conhecerem o Centro, passam a ter melhor qualidade de vida e até voltam a frequentar a escola e desenvolver suas atividades normalmente, como o aluno e atleta Alessandro Brito. Atendido pelo CAP desde setembro de 2013, Alessandro passava por momentos de depressão devido à sua recente condição. Com o atendimento do centro, o jovem saiu do estado de depressão e passou a participar de competições esportivas e ter uma vida normal. “Desde quando entrei no CAP aprendi muita coisa e aprendo cada vez mais. Já voltei para a escola e essa foi a maior ajuda que recebi deles. Há sete anos adquiri essa deficiência. No começo era ruim, eu não aceitava, passei por depressão. Depois passei a frequentar o centro e tudo melhorou”, relata. O CAP também capacitar professores da rede pública de ensino. “Nós também damos apoio a professores e alunos das escolas públicas sempre que há necessidade de acompanhamento a algum aluno deficiente visual. Realizamos cursos na área para que esses professores possam ensinar melhor seus alunos”, ressalta Zenaide. CARESTIA A falta de estímulos fiscais e tributários sobre os equipamentos de tecnologia assistiva está entre as principais reclamações da pessoa com deficiência. Segundo Alberto Pereira, consultor técnico da Laramara – Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual, “São muitos os impostos que encarecem o valor de produtos para reabilitação, inclusão e acessibilidade. Por exemplo, um leitor de livros digitais é taxado em 99%, o que compromete o direito à educação e à informação”. Os tributos elevam os preços de vários equipamentos, como os relógios Braille e falantes (57%), videoampliadores (46%), os softwares com recursos de voz (38%), as sengalas (33%) e a máquina Braille (22%). Mesmo com leis de redução do IPI e das alíquotas às pessoas com deficiência, o Brasil carece de decretos que estimulem a diminuição de tributos, como o ICMS e os impostos de importação, responsáveis pelo alto custo das tecnologias assistivas. “A maior parte dos produtos é importada de países da Europa e de América do Norte. Além disso, a pessoa com deficiência também paga mais caro devido ao monopólio de comercialização entre as empresas”, completa Pereira. Outra dificuldade está no acesso à informação sobre onde encontrar esses aparelhos tecnológicos. Muitas pessoas com deficiência visual, por exemplo, não conhecem recursos simples para facilitar seu dia a dia, entre eles o software de voz, que decodifica o texto escrito em áudio.

  Fonte: Veja Aqui

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