Tratamento para otite reduz cirurgias


Um tratamento não invasivo para a otite serosa com recurso a um dispositivo acoplado a um boneco de peluche está a permitir que dezenas de crianças, no Algarve, sejam retiradas das listas de espera para cirurgia.


Em declarações à agência Lusa, o médico Armin Bidarian Moniri, que criou o dispositivo, disse que desde que começaram os primeiros estudos, no serviço de Otorrinolaringologia do hospital de Portimão, entre 2010 e 2011, já houve cerca de uma centena de crianças que evitaram a cirurgia. "A maior parte destas crianças ficam a ouvir melhor apenas passadas duas a quatro semanas de tratamento", afirmou, explicando que o tratamento é baseado em manobras também usadas por pilotos e mergulhadores, como exalar forçadamente com a boca fechada e o nariz tapado. O dispositivo consiste numa máscara com um tubo acoplados a um boneco de peluche, que tem um balão que se enche de ar quando se tenta expirar e ainda uma bomba, que pode ser acionada por um adulto se a criança ainda for demasiado pequena para conseguir soprar. Segundo Armin Moniri, a diferença entre a otite aguda e a otite serosa é que esta é assintomática, habitualmente não causa febre e caracteriza-se pela presença de líquido no ouvido, o que pode causar dificuldades de audição, muitas vezes difíceis de detetar pelos pais. "A membrana timpânica tem que ter mobilidade normal para termos audição normal e o líquido lá dentro impede este movimento normal e a criança fica com falta de audição", observou.

  Fonte: DN Ciência

Comentários