Dificuldade de acesso a novos medicamentos ameaça progressos no cancro infantil

As taxas de sobrevivência do cancro infantil aumentaram de 30 para 80% em 50 anos nos países ricos, mas a doença ainda mata 250 crianças diariamente no mundo e dificuldades de acesso a novos medicamentos ameaçam mais progressos. 

 O alerta é de um estudo hoje publicado na revista científica 'Lancet Oncology', elaborado por cientistas de 19 países e seis continentes. Segundo os cientistas, apesar hoje nos países ricos haver mais crianças e jovens do que nunca a sobreviver ao cancro, esta continua a ser a principal causa de morte por doença na faixa etária entre um e 15 anos, e todos os anos mais de 5.000 crianças ainda perdem a vida para o cancro naqueles países. Em causa estão, alertam, regras cada vez mais rigorosas na investigação e um insuficiente desenvolvimento de novos medicamentos. "Um ambiente regulatório cada vez mais complexo e rigoroso na investigação clínica e na partilha de dados está a limitar o acesso das crianças às fases iniciais dos ensaios clínicos e a atrasar o desenvolvimento de novas drogas", explicou o coautor do estudo Richard Sullivan, professor de políticas para o cancro e saúde global no King's College de Londres. O investigador exemplifica: "a implementação da diretiva europeia sobre ensaios clínicos, em 2004, quase quadruplicou os custos, levando a atrasos substanciais e até à descontinuação de testes"

. Fonte: DN

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