Exercício, falta de ar, cansaço? É hora de ver o que se passa

A hipertensão pulmonar é uma doença progressiva, grave e sem cura. 

 

 Os sintomas são semelhantes a outras patologias.

 Atenção à fadiga, tonturas, tosse e apertos no peito.

  Texto de Sara Dias Oliveira 


 A hipertensão pulmonar é uma disfunção que surge devido à alteração da circulação sanguínea nas artérias dos pulmões e que está associada a outras doenças.

A pressão média na artéria pulmonar passa os 25 mmHg em repouso, quando o valor normal é de 14 mmHg ou 30 mmHg ao praticar exercício. Geralmente, o primeiro sinal é a sensação de falta de ar quando se pratica exercício físico e o cansaço.

Os pulmões queixam-se e o coração começa a trabalhar mais do que suposto.

 “Quando existe hipertensão pulmonar, os vasos pulmonares estão doentes e são mais estreitos, oferecendo uma resistência maior à passagem do sangue e obrigando a uma sobrecarga de trabalho para o coração. Em casos avançados, este esforço pode levar a insuficiência cardíaca direita”, adianta à NM Graça Castro, responsável pela Unidade Vascular Pulmonar do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra.

Com o tempo, aparecem novos sintomas, tanto em repouso como ao praticar exercício físico.

Os tornozelos e as pernas podem inchar, sente-se cansaço ou fadiga, tonturas, pulso acelerado ou irregular, tosse, desmaios e apertos no peito.

A hipertensão pulmonar é facilmente confundida com outras doenças cardíacas pulmonares, já que os sinais são muito semelhantes a outras patologias.

E se o diagnóstico não é realizado corretamente, atrasa-se o tratamento.

 Uma percentagem significativa de doentes mantém uma doença evolutiva com potencial para agravamento. Em casos extremos, pode ser necessário um transplante de pulmão.


  Segundo a especialista, não há sintomas típicos de hipertensão pulmonar.

“Pelo contrário, os sintomas são muito comuns. Traduzem habitualmente a redução da tolerância ao esforço como cansaço e falta de ar. Em casos mais avançados podem ocorrer sincopes e manifestações de insuficiência cardíaca como o edema dos membros inferiores”, adianta.

Em pessoas jovens, e supostamente saudáveis, pode ser mais difícil perceber o que se passa. Seja como for, a ecocardiografia é uma técnica acessível e não invasiva que pode rapidamente levantar a suspeita desse diagnóstico.

“O mais frequente é a hipertensão pulmonar estar associada a doença cardíaca esquerda (por exemplo, a insuficiência cardíaca que resulta da doença coronária) ou a doença pulmonar primária (por exemplo, a bronquite crónica ou a fibrose pulmonar).

Uma forma mais rara de hipertensão pulmonar é a hipertensão arterial pulmonar que tende a afetar pessoas mais jovens e pode estar associada a doenças muito diversas como cardiopatias congénitas, doenças do tecido conjuntivo ou doença hepática. Por vezes, a hipertensão arterial pulmonar pode ser uma doença hereditária.”

 A hipertensão pulmonar pode ser causada por mutações genéticas herdadas e pode ocorrer em recém-nascidos.


  A melhor forma de prevenir é precaver doenças associadas a esta hipertensão dos pulmões. “É o caso da abstenção tabágica para prevenir doenças respiratórias, como a bronquite crónica, e é também o caso do controlo da hipertensão arterial e da diabetes capaz de prevenir a doença coronária e a insuficiência cardíaca.”

É importante fomentar o diagnóstico precoce da hipertensão arterial pulmonar e do tromboembolismo pulmonar crónico.

 “Quanto mais cedo for iniciado o tratamento correto, melhores serão os resultados e maior a probabilidade de controlar a evolução da doença.

” Os tipos mais frequentes de hipertensão pulmonar, associados a doenças cardíacas ou a doenças pulmonares, não têm um tratamento específico e o seu tratamento é, sublinha Graça Castro, o da doença cardíaca ou pulmonar de base, não necessitando a maioria de seguimento em centros especializados.

 

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