Guiné Bissau - Serviço ortopédico de cidadãos amputados volta a abrir as portas


Os cidadãos nacionais amputados podem agora fazer tratamento ortopédico e trocar as próteses ou muletas aqui no país, com a recuperação e reinauguração, na passada sexta-feira, dia 25 de Março, do mesmo e único Centro Nacional de Reabilitação Motora da Guiné-Bissau, denominado “Dr. Ernesto Lopes Moreira”, capaz de atender e reabilitar fisicamente 300 pessoas diariamente, num preço de consulta médica de 1.000 francos CFA.
O projecto de reabilitação do referido centro ortopédico está inserido no quadro da política do Governo, na área de melhoramento da saúde e, um dos objectivos que norteou a sua recuperação foi, entre outros factores, dar assistência à onda de solicitadores de reabilitação física dos cidadãos amputados, a nível da fisioterapia e da ortopedia, com vista a devolver a capacidade física dos deficientes, assim como renovar o prestígio do famoso centro de referência, de que gozava no passado.
Sob os auspícios desta iniciativa, o Estado beneficiou de apoio técnico e financeiro dos parceiros, nomeadamente o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), em materiais de reequipamento e formação de quadros, enquanto a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) contribui financeiramente com um montante de 148,776,945.00 francos CFA.
Na ocasião, a Ministra da Presidência do Conselho de Ministros, Comunicação Social, Assuntos Parlamentares e Porta-voz do Governo, em representação do Primeiro-Ministro, presidiu a cerimónia de reabertura do Centro, na presença do Ministro de Saúde Pública, dos representantes dos parceiros apoiantes da recuperação do referido serviço e dos moradores do bairro de Quelélé, onde se situa o referido Centro.
Adiato Djaló Nandigna realçou a importância do Centro, para com os cidadãos mutilados ou com deficiência motora, assegurando que o Governo tudo fará para garantir o bom funcionamento do mesmo. Por conseguinte, apelou a associação do referido bairro, no sentido de sensibilizar as pessoas de forma a evitar actos de vandalismo contra esta unidade hospitalar.
Por sua vez, a representante da Comité Internacional da Cruz Vermelha, Ana Gotez, usou da palavra, em nome dos parceiros do Governo intervenientes no processo de recuperação deste Centro Hospitalar “Dr. Ernesto Lopes Moreira”, realçou que a recuperação do centro era importante porque permitirá que o país venha a responder e duma forma digna o problema das necessidades de um grande número de pessoas amputadas e paralisadas, carentes de assistência condigna de serviços de ortopédicos e fisioterapia, bem como de actualização e concessão de aparelhos de locomoção de qualidade.
Segundo a representante da CICV, havia uma necessidade real em termos de reabilitação física, seja para os antigos combatentes, civis vítimas de conflitos do passado e mesmo para os cidadãos paralíticos por um ou outros motivos, como os motivados por doenças ou acidentes ou problemas cardiovasculares, que graças à sinergia da vontade tornou possível esta acção.
A propósito de preservação, Ana Gotez disse que a CICV vai continuar a dar o seu apoio ao Centro, mas exortou aos moradores e ao Governo no sentido de cumprirem, também, com a responsabilidade de conservação, caso queiram que o centro seja perene.
Por seu turno, o Administrador do Hospital afirmou que ainda nesta primeira fase o centro funcionará experimentando o serviço de consulta no valor de mil francos CFA para todos os pacientes.
Em reacção, um cidadão militar de nome Midana N’Top foi o primeiro paciente a ser atendido no referido Centro, assegurou que foi tratado e não sofreu nenhuma reacção anormal, ao contrário disse que agora sente-se muito melhor em relação ao passado.
Recorde-se que este Centro, em termos de funcionamento, no passado, era uma referência a nível dos países da região, após a sua construção em 1980, no Bairro de Quelélé, com o intuito de responder às vitimas de guerra colonial, e não só, tem quatro pavilhões que atende 300 pacientes por dia e, funcionou até 1998/99 altura em que ficou degradado durante a guerra civil, do mesmo ano.
Recebi esta notícia através de um amigo, de nome Eduardo Jorge, criador do Blogue «Tetraplégico».
Esta noticia também este divulgado no «Deficiente Fórum».
Fonte: Nô Pintcha, Guiné-Bissau.

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